terça-feira, 4 de dezembro de 2012

2º Domingo do Advento- "Preparai o caminho do Senhor"


                                                        Prezados irmãos e irmãs:

“Preparai o caminho do Senhor”. Estas palavras, do Livro de Isaias, capítulo 40, são utilizadas pelo evangelista Marcos, no início de seu Evangelho, enfocando a pessoa de João Batista. Como precursor imediato de Jesus, o filho de Isabel e Zacarias praticava o ritual do batismo, como conversão. Os “convertidos”, então, estariam preparados para acolher e entender a mensagem do Cordeiro de Deus.

Seguir o exemplo do precursor do Cristo, deve ser nossa meta nesse Advento. João Batista tinha como características marcantes, a humildade, simplicidade e fortaleza de espírito. Quer seja nas aparências externas, quer seja interiormente. Mesmo concebido em Isabel por intervenção divina, nunca quis ser maior, apenas servo: “depois de mim vem aquele que é mais forte do que eu...” E que serviço ele prestou. Mereceu elogios de Jesus. Pudera sermos elogiados também pelo Senhor: “Servo bom e fiel, foste fiel nas pequenas coisas, muito lhe será confiado...”

Preparemo-nos para a chegada do Senhor. Eis nossa tarefa: amar, simplesmente, amar. Simples, assim. Amando, seremos realmente imagem e semelhança do Criador. Amando, seremos coadjuvantes de Jesus no Projeto da Salvação.

Aguardar e nos preparar, sim; ansiar, nunca. A segunda leitura nos alerta para a ansiedade que nos pode ser prejudicial, pecaminoso: o Senhor não tarda a chegar, porém, não sabemos quando. “... para o Senhor, um dia é como mil anos e mil anos é como um dia...” Não nos cabe prever o fim dos tempos, a parusia - segunda vinda de Cristo. Somente o Pai sabe. “... é que Ele está usando de paciência para convosco, pois não deseja que ninguém se perca” (cf. 2Pd 3, 8-14).

Ao mesmo tempo que devemos nos precaver da “previsão do futuro”, nunca esqueçamos que o Senhor nos deixou o sacramento da Eucaristia. Em cada celebração da missa Ele se apresenta a nós, transubstanciado em ofertas singelas – pão e vinho, frutos do trabalho do homem e da mulher, como memorial de sua Paixão, Morte e Ressurreição. Dizemos: “O Senhor esteja convosco! Ele está no meio de nós!”. E a vida eterna? Podemos participá-la imediatamente, praticando a caridade entre nós.

Fomos batizados com o Espírito Santo. Sabem o que isso significa? Renascer, assumir compromissos, praticar a justiça, conversão, instaurar um mundo mais digno. Sermos sementes boas, mesmo se vivido em meio às ervas daninhas: crime organizado, tráfico de drogas, crescente violência social...
No Natal, Deus se faz humano. Não precisava ser. Mas quis sê-lo para nos ensinar como devemos ser (cf. carta de São Paulo aos Filipenses 2, 1-11).

O Senhor te abençoe e te guarde!
O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e se compadeça de ti!
O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz.
Até a próxima!

Padre John Raju Nerella
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Paz de Ibiporã

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

1º Domingo do Advento- Ano C Dia 02/12/2012

 
Neste 1º Domingo do Tempo do Advento, a Palavra de Deus apresenta-nos uma primeira abordagem à “vinda” do Senhor.

Na primeira leitura, pela boca do profeta Jeremias, o Deus da aliança anuncia que é fiel às suas promessas e vai enviar ao seu Povo um “rebento” da família de David. A sua missão será concretizar esse mundo sonhado de justiça e de paz: fecundidade, bem-estar, vida em abundância, serão os frutos da ação do Messias.
O Evangelho apresenta-nos Jesus, o Messias filho de David, a anunciar a todos os que se sentem prisioneiros: “alegrai-vos, a vossa libertação está próxima. O mundo velho a que estais presos vai cair e, em seu lugar, vai nascer um mundo novo, onde conhecereis a liberdade e a vida em plenitude. Estai atentos, a fim de acolherdes o Filho do Homem que vos traz o projeto desse mundo novo”. É preciso, no entanto, reconhecê-l’O, saber identificar os seus apelos e ter a coragem de construir, com Ele, a justiça e a paz.
A segunda leitura convida-nos a não nos instalarmos na mediocridade e no comodismo, mas a esperar numa atitude ativa a vinda do Senhor. É fundamental, nessa atitude, a vivência do amor: é ele o centro do nosso testemunho pessoal, comunitário, eclesial.

LEITURA I – Jer 33,14-16
Leitura do Livro de Jeremias
Eis o que diz o Senhor: «Dias virão, em que cumprirei a promessa que fiz à casa de Israel e à casa de Judá: Naqueles dias, naquele tempo, farei germinar para David um rebento de justiça que exercerá o direito e a justiça na terra. Naqueles dias, o reino de Judá será salvo e Jerusalém viverá em segurança. Este é o nome que chamarão à cidade: ‘O Senhor é a nossa justiça’».
AMBIENTE
Estamos no ano décimo do reinado de Sedecias (587 a.C.). O exército babilônio de Nabucodonosor cerca Jerusalém e Jeremias está detido no cárcere do palácio real, acusado de derrotismo e de traição (cf. Jer 32,1). Parece o princípio do fim, a derrocada de todas as esperanças e seguranças do Povo. É neste contexto que o profeta, em nome de Javé, vai proclamar a chegada de um tempo novo, no qual Deus vai “pensar as feridas” do seu povo e curá-las, proporcionar a Judá “abundância de paz e segurança” (Jer 33,6). A mensagem é tanto mais surpreendente quanto o futuro imediato parece sem saída e o próprio Jeremias é acusado de profetizar a inutilidade de resistir aos exércitos caldeus, a destruição de Jerusalém e o exílio de Sedecias (cf. Jer 32,3-5).
MENSAGEM
Nesse momento limite em que tudo parece comprometido, Jeremias anuncia a fidelidade de Javé às promessas feitas a David (cf. 2 Sm 7): no futuro, Deus irá fazer surgir um descendente de David (“zemah zaddîq” – “rebento justo”), que assegurará a paz e a salvação a todo o povo. A palavra “zemah” (“rebento”) evoca a fecundidade e a vida em abundância (cf. Is 4,2; Ez 16,7). É o nome com que o profeta Zacarias designa o “Messias” (cf. Zac 3,8; 6,12).
As palavras ligadas à área da “justiça” desempenham um papel fundamental neste anúncio de Jeremias. Diz-se que o descendente de David será “justo” e que a sua tarefa consistirá em assegurar a “justiça” e o “direito” (“mishpat” e “zedaqa”). A dupla “justiça/direito”, característica da linguagem profética, refere-se ao funcionamento reto da instituição responsável pela administração da justiça (tribunal) que possibilitará, por sua vez, uma correta ordem social (“zedaqa”), fundamento da paz e da prosperidade. Sedecias nem garantiu a “justiça”, nem assegurou a paz; por isso, a catástrofe está iminente…

Mas o rei futuro anunciado pelo profeta, da descendência de David, será o “ungido” de Deus. Terá por missão restaurar a “justiça” e transmitir a abundância de vida e de salvação ao Povo de Deus. Por isso, chamar-se-á “o Senhor é a nossa justiça” (“Javé zidqenû”): por ele, Deus garante ao seu Povo um futuro fecundo, de justiça, de bem-estar, de salvação.
Recordando as promessas de Deus, o profeta elimina a nostalgia de um passado mais ou menos distante, elimina o medo do presente e instaura o regime da esperança.
ATUALIZAÇÃO
A atualização desta mensagem profética pode fazer-se de acordo com as seguintes coordenadas:
• O ambiente em que estamos mergulhados potencia, tantas vezes, o medo, a frustração, o negativismo, a insegurança, o pessimismo… É possível acreditar no Deus da “justiça”, fiel à “aliança”, comprometido com os homens e continuar a olhar para o mundo nessa perspectiva negativa, como se Deus – o Deus da justiça e do amor – tivesse abandonado os homens e já não presidisse à nossa história?
• De acordo com o Novo Testamento, esta “justiça” é comunicada pelo “Messias” a todos os membros do povo eleito (cf. Rom 1,17; 1 Cor 1,30; 2 Cor 5,21; Flp 3,9). Sentimo-nos, verdadeiramente, membros do povo messiânico, construtores desse mundo de justiça, de paz, de felicidade para todos? Qual é a atitude que define o nosso empenho: o compromisso sério com a justiça e a paz, ou o comodismo de quem prefere demitir-se das suas responsabilidades e passar ao lado da vida?

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 24 (25)
Refrão: Para Vós, Senhor, elevo a minha alma.
Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me,
porque Vós sois Deus, meu Salvador.

O Senhor é bom e reto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer os seus caminhos.

Os caminhos do Senhor são misericórdia e fidelidade
para os que guardam a sua aliança e os seus preceitos.
O Senhor trata com familiaridade os que O temem
e dá-lhes a conhecer a sua aliança.

LEITURA II – 1 Tes 3,12–4,2
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses
Irmãos: O Senhor vos faça crescer e abundar na caridade uns para com os outros e para com todos, tal como nós a temos tido para convosco. O Senhor confirme os vossos corações numa santidade irrepreensível, diante de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de Jesus, nosso Senhor, com todos os santos. Finalmente, irmãos, eis o que vos pedimos e recomendamos no Senhor Jesus: recebestes de nós instruções sobre o modo como deveis proceder para agradar a Deus, e assim estais procedendo; mas deveis progredir ainda mais. Conheceis bem as normas que vos demos da parte do Senhor Jesus.
AMBIENTE
A comunidade cristã de Tessalônica foi fundada por Paulo, Silvano e Timóteo durante a segunda viagem missionária de Paulo, aí pelo ano 50 (cf. At 17,1ss). Durante o pouco tempo que lá passou, Paulo desenvolveu uma intensa atividade missionária, de que resultou uma comunidade numerosa e entusiasta, constituída na sua maioria por pagãos convertidos (cf. 1 Tess 1,9-10). No entanto, a obra de Paulo foi brutalmente interrompida pela reação da colônia judaica… Paulo teve de fugir, deixando atrás de si uma comunidade em perigo, insuficientemente catequizada e quase desarmada num contexto de perseguição e provação. Preocupado, Paulo envia Timóteo a Tessalônica para saber notícias e encorajar na fé os tessalonicenses. Quando Timóteo regressa, encontra Paulo em Corinto e comunica-lhe notícias animadoras: a fé, a esperança e o amor dos tessalonicenses continuam bem vivos e até se aprofundaram com as provações (cf. 1 Tes 1,3; 3,6-8). Os tessalonicenses podem ser apontados como modelos aos cristãos das regiões vizinhas (cf. 1 Tes 1,7-8).
MENSAGEM
Apesar de tudo o que Deus já edificou no coração dos crentes de Tessalônica, a caminhada cristã destes não está concluída. Há que “progredir sempre” (1 Tes 4,1), sobretudo no amor para com todos (1 Tes 3,12). Só nesta atitude de não conformação será possível esperar a “vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tes 3,13).
ATUALIZAÇÃO
A confrontação deste texto com a vida pode ter em conta os seguintes elementos:
• A caminhada cristã nunca é um processo acabado, mas uma construção permanente, que recomeça em cada novo instante da vida. O cristão não é aquele que é perfeito; mas é aquele que, em cada dia, sente que há um caminho novo a fazer e não se conforma com o que já fez, nem se instala na mediocridade. É nesta atitude que somos chamados a viver este tempo de espera do Messias.
• Uma dimensão fundamental da nossa experiência cristã é a caridade: só aprofundando-a cada vez mais podemos sentir-nos identificados com Aquele que partilhou a vida com todos nós, até à morte na cruz; só praticando-a, podemos fazer uma verdadeira experiência de Igreja e construir uma comunidade de irmãos; só vivendo-a, podemos ser, para os homens que partilham conosco esta vasta casa que é o mundo, o rosto do Deus que ama.

ALELUIA – Salmo 84,8
Aleluia. Aleluia.
Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia
e dai-nos a vossa salvação.

EVANGELHO – Lc 21,25-28.34-36
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar. Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas. Então, hão-de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima. Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados pela intemperança, a embriaguês e as preocupações da vida, e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha, pois ele atingirá todos os que habitam a face da terra. Portanto, vigiai e orai em todo o tempo, para que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer e comparecer diante do Filho do homem».
AMBIENTE
Estamos já nos últimos dias da vida terrena de Jesus, após a sua entrada triunfal em Jerusalém. Jesus está a completar a catequese dos discípulos e, nesse contexto, anuncia-lhes tempos difíceis de perseguição e de martírio. Avisa-os, também, de que a própria cidade de Jerusalém será, proximamente, sitiada e destruída (cf. Lc 21,20-24). Ora, é neste contexto e nesta sequência que aparece o texto do Evangelho de hoje.
MENSAGEM
O vetor fundamental à volta do qual se estrutura o Evangelho de hoje está na referência à vinda do Filho do Homem “com grande poder e glória” (Lc 21,27) e no convite a cobrar ânimo e a levantar a cabeça porque “a libertação está próxima” (Lc 21,28). A palavra “libertação” (“apolytrôsis” – “resgate de um cativo”) é uma palavra característica da teologia paulina (1 Cor 1,30; cf. Rom 3,24; 8,23; Col 1,14…), onde é usada para definir o resultado da ação redentora de Jesus em favor dos homens. O projeto de salvação/libertação da humanidade, concretizado nas palavras e nos gestos de Jesus, é apresentado como o “resgate” de uma humanidade prisioneira do egoísmo, do pecado, da morte. Trata-se, portanto, da libertação de tudo o que escraviza os homens e os impede de viver na dignidade de filhos de Deus.

A mensagem proposta aos discípulos é clara: espera-vos um caminho marcado pelo sofrimento, pela perseguição (cf. Lc 21,12-19); no entanto, não vos deixeis afundar no desespero porque Jesus vem. Com a sua vinda gloriosa (de ontem, de hoje, de amanhã), cessará a escravidão insuportável que vos impede de conhecer a vida em plenitude e nascerá um mundo novo, de alegria e de felicidade plenas.

Os “sinais” catastróficos apresentados não são um quadro do “fim do mundo”; são imagens utilizadas pelos profetas para falar do “dia do Senhor”, isto é, o dia em que Javé vai intervir na história para libertar definitivamente o seu Povo da escravidão, inaugurando uma era de vida, de fecundidade e de paz sem fim (cf. Is 13,10; 34,4). O quadro destina-se, portanto, não a amedrontar, mas a abrir os corações à esperança: quando Jesus vier com a sua autoridade soberana, o mundo velho do egoísmo e da escravidão cairá e surgirá o dia novo da salvação/libertação sem fim.

Há, ainda, um convite à vigilância (cf. Lc 21,34-36): é necessário manter uma atenção constante, a fim de que as preocupações terrenas e as cadeias escravizantes não impeçam os discípulos de reconhecer e de acolher o Senhor que vem.
ATUALIZAÇÃO
A reflexão acerca do Evangelho de hoje pode tocar, entre outros, os seguintes pontos:
• A realidade da história humana está marcada pelas nossas limitações, pelo nosso egoísmo, pelo destruição do planeta, pela escravidão, pela guerra e pelo ódio, pela prepotência dos senhores do mundo… Quantos milhões de homens conhecem, dia a dia, um quadro de miséria e de sofrimento que os torna escravos, roubando-lhes a vida e a dignidade… A Palavra de Deus que hoje nos é servida abre a porta à esperança e grita a todos os que vivem na escravidão: “alegrai-vos, pois a vossa libertação está próxima. Com a vinda próxima de Jesus, o projeto de salvação/libertação de Deus vai tornar-se uma realidade viva; o mundo velho vai converter-se numa nova realidade, de vida e de felicidade para todos”.
• No entanto, a salvação/libertação que há-de transformar as nossas existências não é uma realidade que deva ser esperada de braços cruzados. É preciso “estar atento” a essa salvação que nos é oferecida como dom, e aceitá-la. Jesus vem; mas é necessário reconhecê-l’O nos sinais da história, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e que buscam a libertação. É preciso, também, ter a vontade e a liberdade de acolher o dom de Jesus, deixar que Ele nos transforme o coração e Se faça vida nos nossos gestos e palavras.
• É preciso, ainda, ter presente, que este mundo novo – que está permanentemente a fazer-se e depende do nosso testemunho – nunca será um realidade plena nesta terra, mas sim uma realidade escatológica, cuja plenitude só acontecerá depois de Cristo, o Senhor, haver destruído definitivamente o mal que nos torna escravos.

Advento: Duração e Ritual

 Neste domingo (02) a Igreja celebra o 1º domingo do tempo do Advento.
O tempo do Advento é para toda a Igreja, momento de mergulhar na liturgia e na mística cristã.
Denominamos de Advento o tempo correspondente aos 4 domingos, às 4 semanas antes do Natal.
Este tempo pode ser de 22 a 28 dias, dependendo do ano e, consequentemente do dia da semana em que cai o 25 de dezembro. Muitas tradições e conteúdos estão relacionados com esse tempo.


Início do Ano Litúrgico: Para a Igreja Católica no Advento inicia-se o novo ano. O primeiro Domingo de Advento é o início do calendário litúrgico da Igreja que organiza e determina as comemorações, as celebrações e os principais conteúdos da vida comunitária dos católicos; por exemplo: Advento, Natal, Epifania, Paixão, Páscoa, Ascensão, Pentecostes, Trindade, Ação de Graças, Reforma, Eternidade.

Espera e Vigília: Advento significa "vinda", "chegada". Está relacionado à chegada de Deus ao mundo. Tempo determinado para a preparação da festa do nascimento de Jesus.
Ao mesmo tempo, esta "espera" recebe os traços litúrgicos e de comportamento próprios de uma "vigília", a partir do impacto da expectativa das comunidades católicas (venha o teu reino) relacionada à nova vinda de Cristo, à chegada do "novo Céu e a nova terra".
Temos nesta época conteúdos de fé e tradições católicas que promovem a alegria, causada pelas dádivas de Deus relacionadas ao nascimento de Jesus e pela expectativa de uma ação salvadora plena que ainda vai chegar, neste caso uma antecipação da grande alegria vindoura.
Coroa de Advento: A coroa de Advento é feita com ramos verdes, geralmente envolvida por uma fita vermelha e nela 4 velas são afixadas. Ela simboliza e comunica que naquela Igreja, casa, escritório ou qualquer espaço em que ela esteja vivem pessoas que se preparam com alegria para celebrar a vinda de Deus ao mundo, o Natal.
O círculo da coroa: Simboliza a nova aliança de Deus com a humanidade. Esta nova aliança é celebrada no sacramento da Santa Ceia. Ao círculo da coroa pode ser relacionado também a coroa de espinhos colocada na cabeça de Jesus naquela semana em que foi crucificado,a nova aliança foi feita pelo Jesus negado e rejeitado, com humildade e doação.
Os ramos verdes: Os ramos mesmo cortados permanecem verdes por semanas: comunicam a esperança, uma esperança que leva a perseverança, uma entrega total da vida a Deus. 

A fita vermelha: A cor vermelha na tradição litúrgica está ligada à cor do fogo e do sangue. Simboliza a cor da vida, do amor e ao mesmo tempo do derramamento do sangue, sacrifício. A nova aliança de Deus com a humanidade foi feita com amor, doação, sacrifício e trouxe a vida plena e eterna.

As 4 velas: Uma vela para cada domingo que antecede ao dia 25 de dezembro. Alguns registros históricos contam que a coroa de Advento surgiu em uma instituição que abrigava crianças pobres. Inicialmente ela continha entre 22 a 28 velas, uma para cada dia do tempo de advento. Devido aos custos diminuiu-se o número de velas.
As velas da coroa são acesas (a cada domingo mais uma), para iluminar a vigília do Advento, a preparação para vinda da luz ao mundo. Simboliza que Jesus Cristo é a luz do mundo. Comunica a alegria da vida que procede de Deus, aquela que vai além dos limites que a vida no mundo impõe.


fonte: http://www.a12.com/noticias/noticia.asp?ntc=advento_duracao_e_ritual.html

O que significa a Coroa do Advento?

Eu Sou a Luz do mundo (Jo 12, 8)
 
A vela sempre teve um significado especial para o homem, sobretudo porque antes de ser descoberta a eletricidade ela era a vitória contra a escuridão da noite. À luz das velas São Jerônimo traduzia a Bíblia do grego e do hebraico para o latim, nas grutas escuras de Belém onde Jesus Cristo nasceu.
Em casa, a noite, quando falta a energia, todos correm atrás de uma vela e de um fósforo, ainda hoje.
Acender velas nos faz lembrar também a festa judaica de “Chanuká”, que celebra a retomada da Cidade de Jerusalém pelos irmãos macabeus das mãos dos gregos do rei Antíoco IV.
Antes da era cristã os pagãos celebravam em Roma a festa do deus Sol Invencível (Dies solis invicti) no  solstício de inverno, em 25 de dezembro. A Igreja sabiamente começou a celebrar o Natal de Jesus neste dia, para mostrar que Cristo é o verdadeiro Deus, o verdadeiro Sol, que traz nos seus raios a salvação. É a festa da luz que é o Cristo: “Eu Sou a Luz do mundo” (Jo 12, 8). No Natal desceu a nós a verdadeira Luz “que ilumina todo homem que vem a este mundo” (Jo 1, 9).

Na chama da vela estão presentes as forças da natureza e da vida. Cada vela marca um ano de nossa vida no bolo de aniversário. Para nós cristãos simbolizam a fé, o amor e  o trabalho realizado em prol do Reino de Deus. Velas são vidas que se imolam na liturgia do amor a Deus e ao próximo. Tudo isso foi levado para a liturgia do Advento. Com ramos de pinheiro uma coroa com quatro velas prepara os corações para a chegada do Deus Menino.
Nessas quatro semanas somos convidados a esperar Jesus que vem. É um tempo de preparação e de alegre espera do Senhor. Nas duas primeiras semanas do Advento, a liturgia nos convida a vigiar e esperar a vinda gloriosa do Salvador. Nas duas últimas, a Igreja nos faz lembrar a espera dos Profetas e de Maria pelo nascimento de Jesus.
A Coroa é o primeiro anúncio do Natal. O verde é o sinal de esperança e vida, enfeitada com uma fita vermelha que simboliza o amor de Deus que se manifesta de maneira suprema no nascimento do Filho de Deus humanado. A branca significa a paz que o Menino Deus veio trazer; a roxa clara (ou rosa) significa a alegria de sua chegada.

A Coroa é composta de quatro velas nos seus cantos presas aos ramos formando um círculo. O círculo não tem começo e nem fim, é símbolo da eternidade de Deus e do reinado eterno do Cristo. A cada domingo acende-se uma delas.

As quatro velas do Advento simbolizam as grandes etapas da salvação em Cristo. No primeiro domingo do Advento, acendemos a primeira vela que simboliza o perdão a Adão e Eva. Cristo desceu a Mansão dos mortos para dar-lhes o perdão. No segundo domingo, a segunda vela, acesa coma primeira, representa a fé dos Patriarcas: Abraão, Isaac, Jacó, que creram na Promessa da Terra Prometida, a Canaã dos hebreus; dali nasceria o Salvador, a Luz do Mundo. A terceira vela, acessa com as duas primeiras, simboliza a alegria do rei Davi, o rei que simboliza o Messias porque reuniu sob seu reinado todas as tribos de Israel, assim como Cristo reunirá em si todos os filhos de Deus. É o domingo da alegria. Esta vela têm uma cor mais alegre, o rosa ou roxo claro. A última vela simboliza os Profetas, que anunciaram um reino de paz e de justiça que o Messias traria. É a vela branca.
Tudo isso para nos lembrar o que anunciou o Profeta: “Um renovo sairá do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes. Sobre ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e de entendimento, Espírito de prudência e de coragem, Espírito de ciência e de temor ao Senhor.” (Is 11,1-2).