CONFISSÃO
AFIRMAÇÃO:
"Os católicos confessam-se com padres que também são pecadores. Como é isso se lemos na Bíblia: 'Quem pode perdoar os pecados, senão Deus?"
( Mc 2,7).
RESPOSTA:
Quem
negava a Jesus o poder de perdoar os pecados e até o chamava de blasfemador
eram os orgulhosos escribas. Jesus, porém, lhes respondeu: "para que
saibais que o Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar os pecados”... (Mc
2,10). Como "prova", Jesus curou o paralítico perdoado, à vista
deles.
Este
poder de perdoar os pecados, Jesus o confiou aos homens pecadores, aos
Apóstolos e seus sucessores, no dia da sua Ressurreição, quando lhes
apareceu e disse "Assim como meu Pai me enviou, também eu vos envio a
vós". Tendo dito as palavras, soprou sobre eles e disse-lhes:
"Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados,
ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”
(Jo 20,21-23).
(Jo 20,21-23).
Não
resta dúvida que o sopro de Cristo ressuscitado e as palavras: “Recebei o (dom
do) Espírito Santo...” expressam claramente que Apóstolos não obtiveram o poder
de perdoar os pecados em virtude de sua santidade ou impecabilidade, mas como
um dom especial, merecido por Cristo e a eles conferido, em favor das almas,
redimidas pelo seu sangue derramado na Cruz.
Dizer:
“Eu não me confesso com os padres porque eles são também são pecadores” seria como
dizer: “Eu não vou procurar minha cura nem o remédio com nenhum médico porque
eles também ficam doentes”.
Por
isso os católicos, da mias humilde dona de casa ao papa, dobram humildemente
suas cabeças diante de tão claras palavras de Jesus e confessam seus pecados
diante dum simples sacerdote, para receber o perdão de Deus.
Claro,
há os que preferem ignorar o ensinamento de Jesus e desprezar o dom do
sacramento do Perdão. Para motivar este procedimento, procuram na Bíblia vários
textos tirados do contexto, como: “Convertei-vos... fazei penitência...
arrependei-vos, para que os vossos pecados,... para que sejais salvos”.
Ninguém
duvida de que o sincero arrependimento dos pecados, com firme propósito de não
pear mais, e satisfação feita a Deus e aos prejudicados, eram, no Antigo Testamento,
condições necessárias e suficientes para obter o perdão de Deus. O mesmo vale
ainda hoje para todos os que não têm nenhuma ocasião para obter perdão na boa
Confissão. Certamente é de bom juízo para o verdadeiro cristão ser um pouco
mais humilde e acreditar na veracidade e obrigatoriedade das palavras de Cristo
Ressuscitado, com as quais ele instituiu o divino sacramento do Perdão, que
abre as portas para o encontro com Deus e o reencontro com os irmãos.
Cada
pecado é um ato de orgulho e desobediência contra Deus. Assim, “Cristo se
humilhou e tronou-se obediente até a morte, e morte na cruz” (Flp 2,8) para
expiar o orgulho e a desobediência dos nossos pecados, e nos merecer perdão.
Por isso ele quer de todo cristão este ato de humildade e de obediência, na
confissão sacramental, na qual confessamos os nossos pecados diante do seu
representante, legitimamente ordenado. E, conforme a sua promessa: “Quem se
humilha, será exaltado, e quem se exalta, será humilhado” (Lc 18,14).
Há
movimentos religiosos fundamentalistas (“crentes”) que aliciam os católicos
para suas seitas com a promessa de que, depois do batismo (pela imersão),
estarão livres de qualquer pecado e nem poderão mais pecar. Consequentemente, ao
precisarão mais de nenhuma Confissão. Apoiam esta afirmação nas palavras
bíblicas de 1 Jo 3, 6 e 9: “Quem permanece Nele, não peca; quem peca, não O
viu, nem O conhece” e “Todo aquele que é gerado por Deus, não comete pecado,
porque nele permanece o germe divino”(a graça santificante).
Como
resposta, é bom lembrar o principio bíblico de que entre as verdades bíblicas,
reveladas por Deus, não pode haver contradições. Por isso, palavras menos claras,
devem ser esclarecidas por palavras mais claras ou pela autoridade eclesiástica
no exercício do seu magistério. Ora, o próprio João Apóstolo escreve em ( I Jo 1,8-10):
“Se dissermos que não temos pecado algum, enganamo-nos a nós mesmos, e a
verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo,
e nos perdoa nos nossos pecados, e nos purifica de toda a iniquidade. Se dissermos
que não temos pecados, taxamo-Lo de mentiroso, e sua palavra não está em nós”.
Por
isso a tradição apostólica interpreta as palavras de I Jo 3,9: “Todo aquele que
é gerado por Deus não peca”, no sentido de “não deve pecar gravemente”, já que
possuindo a graça de Deus, tem suficiente força para vencer as tentações. Enquanto
as claras palavras em I Jo 1,8-10 falam dos pecados leves, dos quais, segundo a
mesma tradição, apenas a mãe de Jesus, Maria, teria sido preservada em virtude
dos méritos do seu Filho, o Messias e Cristo de Deus.
Portanto,
todos os homens adultos necessitam de Misericórdia Divina; e os sinceros seguidores
da Bíblia recebem-na, agradecidos, no sacramento da Confissão.