a) Advento:
A palavra tem origem do latim, Adventus, que
significa “vir ao encontro de”. Do grego,
Parusia, que, para aquela civilização, designava a vinda das estátuas dos
deuses gregos ao encontro do povo. No vocabulário cristão, esta palavra designa
o retorno de Cristo no final dos tempos. Aí se encontra o sentido profundo
desse tempo, a espera, ao mesmo tempo, pelo nascimento do salvador e pela volta
gloriosa e definitiva. Assim o advento é um tempo de preparação para o grande
dia do nascimento do Cristo. Da mesma forma como o povo de Israel esperava
ansiosamente pela vinda do messias e clamava a Deus para que o enviasse logo,
nós também clamamos por um novo nascimento de Jesus e pela sua volta. Por isso,
é um tempo de recolhimento e penitência, embora seja menos austero que a
quaresma. Os personagens bíblicos em destaque, durante esse tempo, são: Isaias,
João Batista e Maria. Este período inicia-se quatro semanas antes do Natal,
abrindo o ano litúrgico, e termina no dia 24 de dezembro. Em sinal de
penitência, usa-se a cor roxa, não devem ser entoado o Aleluia e o glória não é
cantado. Alguns liturgistas defendem a tese de que, por ser um tempo menos
austero do que a quaresma, o Aleluia pode ser cantado e deve-se optar pela cor
rosa. A opção deve ser feita de acordo com a realidade de cada paróquia, que se
organizará de acordo com a orientação do seu pároco.
b) Natal,
Epifania e Batismo de Jesus: Essas três festas celebram toda a riqueza do
mistério de Deus feito homem, sendo, a primeira, considerada mais importante
para os ocidentais, e a segunda, para os orientais. O Natal celebra o
nascimento humano do Cristo e sua manifestação aos pobres, nas pessoas de José,
Maria e os Pastores. Celebra-se o mistério do Deus Conosco, cai o muro entre
Deus e a humanidade. A Epifania celebra a manifestação de Jesus como Filho de
Deus a todas as nações, representadas pelos magos. A festa da universalidade da
igreja. É celebrada no domingo mais próximo ao dia 6 de Janeiro. O batismo
celebra a manifestação de Jesus como filho de Deus no início de sua missão, a
qual o levará a Pascoa. É celebrado no domingo após a Epifania. Caso a festa
dos Reis Magos caia nos dias 7 ou 8 de janeiro, deve ser celebrada na
segunda-feira após a Epifania. O Tempo do Natal tem inicio no dia 25 de
Dezembro e se estende por mais duas semanas, incluindo-se as Festas da Sagrada
família e de Maria Mãe de Deus. É tempo de festa, por isso a cor usada é o
branco e voltam os cantos de aleluia e o glória. Usa-se cantos próprios do Natal.
c) Quaresma:
A Quaresma é tempo de preparação para “O grande Dia”, como era chamado pelos
cristãos o dia da Páscoa. Por isso é um tempo propício para uma maior reflexão
e interiorização, reconhecendo os próprios pecados, em busca de uma mudança
profunda, de uma vida nova em cristo, que há de ressurgir na páscoa. É tempo de
conversão. A Quaresma tem início na Quarta-feira de cinzas e duram quarenta
dias. Quarenta, na bíblia, constitui um tempo de provação. A cor do tempo é
roxa, significando penitência e conversão. Não cabe usar cantos festivos e que
contenham aleluia, pois esperamos pelo grande aleluia da ressurreição. Também
não canta glória. No Brasil, celebra-se a Campanha da Fraternidade, que tem
cantos próprios, adaptados, a cada ano, ao tema da campanha.
e) Páscoa:
O tempo da Páscoa é um tempo de festa, vida nova. É o povo de Deus liberto do
Egito, a humanidade liberta do pecado por meio da vitória de Jesus sobre a
morte. Este tempo duram cinquenta dias e termina com a celebração de
Pentecostes, que festeja o cumprimento da promessa de Jesus: a vinda do
espírito Santo sobre os Apóstolos. A cor do tempo é branca em sinal de festa, e
as músicas devem expressar o sentido de vida nova, ressurreição. Voltam o
aleluia e o glória. Na celebração de Pentecostes, que encerra o tempo pascal, usam-se
cantos voltados para a ação do Espírito Santo na igreja e a cor é o vermelho,
simbolizando o fogo de Espírito.
f) Tempo
Comum: O tempo comum é composto de 34 semanas divididas em duas partes: a
primeira se inicia após o Natal e termina na quarta-feira de cinzas, início da
Quaresma. A segunda parte começa após o tempo de Páscoa e termina com a festa
de Cristo Rei, que encerra o ano litúrgico. Nesse período, celebram-se os
ensinamentos de Jesus e as leituras variam de acordo com os ciclos dominical e
ferial (anos A, B, e C nos domingos e anos par e ímpar durante a semana) como
explicamos anteriormente. Todos os cantos litúrgicos são permitidos nesse
período. As músicas devem ser escolhidas de acordo com a temática do Evangelho
de cada dia. A cor do tempo é verde. O
último domingo do ano litúrgico celebra a festa de Cristo Rei. É a celebração
da glorificação do Filho de Deus e sua proclamação como Rei e Senhor de todas
as coisas. A cor é branca e os cantos devem expressar alegria. Após essa festa,
segue-se a última semana do tempo comum, encerrando o ano litúrgico. No domingo
seguinte, inicia-se o novo ano com o primeiro domingo do Advento.
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