domingo, 26 de agosto de 2012

Formação Para Músicos - Ser Discípulo

A que Deus nos chama? Qual é nosso chamado, nossa vocação?

No início dos tempos, Deus livremente, com suas mãos de artista, nos tirou do nada e nos modelou à sua imagem e semelhança. “Deus formou o homem do barro da terra, soprou-lhe nas narinas um sopro de vida e o fez vivente” (Gen. 2)
O primeiro chamado de Deus fez para o homem foi o convite à vida. Deus nos formou desde a eternidade para vivermos em profunda intimidade com Ele, ou seja, uma relação de amizade plena com o Criador.
Na sua carta a Timóteo, São Paulo nos ensina que “Deus nos salvou e chamou para a santidade, não em virtude das nossas obras, mas em virtude do seu desígnio, de graça que desde a eternidade nos destinou em Cristo Jesus” (Tim. 1,9). Assim, a nossa vocação, desde sempre, antes mesmo que existíssemos, é a santidade. Muito antes que tivéssemos feito bem ou mal, o Senhor nos chamou. Mas podemos perguntar: O que é ser santo?
Santa Teresa D’Ávila diz que ser santo é viver sob a graça de Deus. A graça que nos impulsiona a viver como Jesus, a imitá-lo em todas as suas ações, a ser discípulos de Cristo. Ser santo é viver ao lado do Senhor três vezes Santo.

O que é ser discípulo?

            Ser discípulo não é apenas cumprir as regras ou preceitos. Atitudes com ser honesto, pontual, bom marido (esposa), ser bom vizinho, bom profissional, são frutos da graça em nossas vidas, mas não encerram a vontade de Deus para as nossas vidas. Ele quer muito mais de nós.
            Ser discípulo de Jesus é imitá-lo em todas as suas ações, inclusive no extraordinário.
No Evangelho segundo São Mateus, capítulo 19, encontramos a passagem do jovem rico que tantas vezes lemos e meditamos. Aquele jovem cumpria todos os mandamentos desde sua infância e passava que isso era tudo o que Deus queria dele. Certamente ele já tinha ouvido falar das pregações de Jesus e de como o Senhor repreendia a hipocrisia dos fariseus e doutores da Lei. Aproximou-se de Jesus com um certo ar de superioridade em relação aso outros, crendo que Jesus o exaltaria por haver cumprido os mandamentos com sinceridade desde a infância. O Senhor realmente percebe a retidão do seu coração no cumprimento da Lei e o convida a seguí-lo, o convida à perfeição, o convida à santidade.
Com suas palavras, como numa das várias curas que realizou, Jesus abre-lhe os olhos e faz-lhe enxergar que a Lei não é o bastante para conquistar o Reino dos Céus, ou seja, para estar na santidade, na amizade plena com o senhor.
O convite do Senhor ficou sem resposta. Não se sabe o que aconteceu com aquele jovem, mas esse episódio nos leva a refletir sobre a nossa realidade: hoje somos nós a quem o Senhor convida para ser seus discípulos e segui-lo na santidade e no amor.
“Se fazeis bem aos que vos fazem bem, que recompensa merecereis?” (Lc 6,33)
A igreja nos ensina: “Tornar-se discípulo de Jesus é aceitar o convite de pertencer à família de Deus, de viver conforme a sua maneira de viver. ‘Aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe’ Mt 12,50” (Catecismo nº 2233).
“O discípulo não nasce feito, ele é fruto da graça e da formação”.

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