sábado, 21 de julho de 2012

Os Salmos, oração da assembléia


Desde Davi até a vinda do Messias, os Livros Sagrados contém textos de oração que atestam o aprofundamento cada vez maior da oração por si mesmo e pelos outros. Os Salmos foram pouco a pouco reunidos numa coletânea de cinco livros: os salmos (ou louvores), obra-prima da oração do Antigo Testamento. Os salmos alimentam e exprimem a oração do povo de Deus como assembleia, por ocasião das grandes festas em Jerusalém e cada sábado nas sinagogas. Esta oração é inseparavelmente pessoal e comunitária; refere-se aos que oram e a todos os homens; sobe da Terra Santa e das comunidades da Diáspora, mas abrange toda a criação; lembra os acontecimentos salvíficos do passado e se estende até a consumação da história; recorda as promessas de Deus já realizadas e aguarda o Messias que as realizará definitivamente. Rezados e realizados em Cristo, os salmos são sempre essenciais à oração de Sua Igreja. O Saltério é um livro em que a palavra de deus se torna oração dos homens. Nos outros livros do Antigo Testamento, “as palavras proclamam as obras” (de Deus em favor dos homens) “e elucidam o mistério nelas contido”. No Saltério, as palavras do salmista exprimem, cantando-as a Deus, suas obras de salvação. O mesmo Espírito inspira a obra de Deus e a resposta do homem. Cristo unirá uma e outra. Nele, os salmos nos ensinam continuamente a orar. As expressões multiformes da oração dos Salmos tomam forma tanto na liturgia do Templo como no coração do homem. Quer se trata de um hino, de uma oração de aflição ou de ação de graças, de uma súplica individual ou comunitária, de canto de aclamação ao rei ou de um cântico de peregrinação, ou ainda de uma meditação sapiencial, os Salmos são o espelho das maravilhas de deus na história de seu povo e das situações humanas vividas pelo salmista. Um Salmo pode refletir um acontecimento do passado, mas é de uma sobriedade tão grande que pode ser rezado na verdade pelos homens de qualquer condição e em qualquer tempo. Os Salmos são marcados por características constantes: a simplicidade e a espontaneidade da oração, o desejo do próprio Deus através de e como tudo o que é bom em sua criação, a situação desconfortável do crente que, em seu amor preferencialmente ao senhor, está exposto a uma multidão de inimigos e tentações e, na expectativa do que fará o deus fiel, a certeza de seu amor e a entrega à sua vontade. A oração dos Salmos é sempre motivada pelo louvor, e por isso o título desta coletânea convém perfeitamente ao que ela nos oferece: “Os Louvores”. Feira para o culto da assembleia, ela anuncia o convite à oração e canta-lhe a resposta: “Hallelu-ya”! (Aleluia), “Louvai o Senhor”! Em resumo, os salmos constituem a obra-prima da oração no Antigo Testamento. Apresentam dois componentes inseparáveis; o pessoal e o comunitário. Estendem-se a todas as dimensões da história comemorando as promessas de Deus já realizadas e esperando a vinda do Messias. Rezados e realizados em Cristo, os Salmos são um elemento essencial e permanente da oração de sua Igreja e são adequados aos homens de qualquer condição e tempo.

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